terça-feira, 23 de novembro de 2010

A humanidade e a natureza

O que tiramos da natureza


Bilhões de anos, ou até mais, é o tempo de existência do universo. Com suas estrelas, planetas, sois e luas, tudo organizado em assombrosa perfeição.

Planetas em suas órbitas ao redor de sóis, estrelas magníficas convertendo matéria, feito poderosos reatores nucleares, cometas varrendo a sujeira do cosmos com suas caudas luminosas, buracos negros sugando, triturando e saneando em todo o universo.

A perfeição da Natureza pode ser observada desde a complexidade encantadora do universo, bem como na simplicidade de uma simples flor, colorida e perfumada que alegra um jardim e a vista de quem passa.

Assim como no espaço, aqui na Terra, nosso planeta, as coisas são organizadas e regidas com a mesma perfeição. Perfeição essa em que nós estamos mergulhados, e que afim de compreende-la criamos a ciência e comprimimos tudo o que pudemos observar e concluir em fórmulas, teorias teses e suposições.

Com o tempo, após experiências e vivências nós percebemos que muitas das formulas e teorias estavam certas, e em cima delas construímos nossa vida e nossas concepções, e disso se desenvolveu grandes feitos, grandes conquistas.

A vida se tornou cada vez mais cômoda, as relações sociais sofreram mudanças, o homem devido a sua capacidade de raciocinar, pode, observando a Natureza, tirar dela todos os meios que lhe conferiram a supremacia sobre todas as outras espécies.

O grande ser humano, gaba-se de seus feitos, de suas obras, mas mesquinhamente se esquece de que sem a Natureza como exemplo, como professora, ele nada poderia ter feito. Se esquece que tudo o que ele denomina como sendo sua obra, como sua criação, na Natureza sempre existiu um modelo, um esboço. E é da Natureza que ele tirou os materiais e a energia necessária para realizar qualquer que seja a sua “criação”.

Nós seres humanos somos produtos da Natureza, dependemos dela. Sem o ar que respiramos, os alimentos que ingerimos, a água que bebemos as múltiplas radiações a que estamos expostos, nada seriamos, não teríamos forças para realizar nada, nosso cérebro não funcionaria e a capacidade de “criar” não existiria.

Esse é um aspecto que nós deixamos de observar, uma coisa que deixamos de aprender com nossa querida professora: a humildade! A Natureza, cria, vibra, constrói, destrói, de eternidade a eternidade, silenciosamente faz mundos surgirem, beneficia milhares de criaturas, força mais poderosa não existe na matéria e não obstante se mantém humilde, desempenhando seu papel com perfeição e equilíbrio.

Equilíbrio, essa é uma outra lição que nós não aprendemos com a Natureza. Ela nós mostra como o equilíbrio gera harmonia e beleza, que onde há equilíbrio há justiça. Talvez seja por isso, por não termos aprendido o valor do equilíbrio, da justiça é que hoje, no auge da técnica, da tecnologia e da comunicação nós, destruímos e matamos a Natureza e a nós mesmos.

Graças ao cérebro humano com sua capacidade de raciocínio e de memória somos a raça dominante, graças a essa ferramenta poderosa nos destacamos das demais espécies na Natureza. Por isso mesmo é que o nosso proceder contra a Natureza é tão ridículo como insano, já que foi ela mesma que nós deu o poder, quando com seus processos físicos e químicos, com suas descargas elétricas e as irradiações formou os seres vivos, e na evolução natural possibilitou que o cérebro humano se desenvolvesse de tal forma que nós dominássemos sobre esta Terra.

Sem o cérebro nós não seriamos nada. Porem nosso cérebro só funciona porque é suprido e alimentado pelo corpo, e o corpo se alimenta das dádivas que a Natureza nós oferece. Nós só podemos ser dominantes quando estamos na Natureza interagindo com ela, pois ela é que nós possibilita a liderança, sem ela nós nem existiríamos.

O uso indevido da “ferramenta cérebro” pelas criaturas humanas é a única causa dos problemas deste planeta, é o único e grande mal desta raça. Nós seres humanos, com nossa poderosa ferramenta, poderíamos viver muito bem em harmonia com a Natureza, tirando dela o que é necessário para a nossa vida, porem sempre devolvendo o que tiramos, de forma a manter o equilíbrio.

Nós tínhamos e temos capacidade para reconhecer que isso é possível, basta querer. Mas a avareza, a preguiça e o egoísmo do ser humano não permite um reconhecimento nesse sentido. O cérebro que deveria ser a mais fantástica benção para o homem, é hoje a sua maldição, pois ao invés de mantermos em equilíbrio o “coração” e “razão” demos preferência a razão, e assim matamos hereditariamente todo o amor pela Natureza.

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