terça-feira, 9 de novembro de 2010

Grécia:uma civilização que marcou a historia

-a grecia antiga




Expansão do povo grego

Por volta dos séculos VII a.C e V a.C. acontecem várias migrações de povos gregos a vários pontos do Mar Mediterrâneo, como conseqüência do grande crescimento populacional, dos conflitos internos e da necessidade de novos territórios para a prática da agricultura. Na região da Trácia, os gregos fundam colônias, na parte sul da Península Itálica e na região da Ásia Menor (Turquia atual). Os conflitos e desentendimentos entre as colônias da Ásia Menor e o Império Persa ocasiona as famosas Guerras Médicas (492 a.C. a 448 a.C.), onde os gregos saem vitoriosos.
Esparta e Atenas envolvem-se na Guerra do Peloponeso (431 a.C. a 404 a.C.), vencida por Esparta. No ano de 359 a.C., as pólis gregas são dominadas e controladas pelos Macedônios.

Sociedade da Grécia Antiga

A economia dos gregos baseava-se no cultivo de oliveiras, trigo e vinhedos. O artesanato grego, com destaque para a cerâmica, teve grande a aceitação no Mar Mediterrâneo. As ânforas gregas transportavam vinhos, azeites e perfumes para os quatro cantos da península. Com o comércio marítimo os gregos alcançaram grande desenvolvimento, chegando até mesmo a cunhar moedas de metal. Os escravos, devedores ou prisioneiros de guerras foram utilizados como mão-de-obra na Grécia. Cada cidade-estado tinha sua própria forma político-administrativa, organização social e deuses protetores.

Cultura e religião

Foi na Grécia Antiga, na cidade de Olímpia, que surgiram os Jogos Olímpicos em homenagem aos deuses. Os gregos também desenvolveram uma rica mitologia. Até os dias de hoje a mitologia grega é referência para estudos e livros. A filosofia também atingiu um desenvolvimento surpreendente, principalmente em Atenas, no século V ( Período Clássico da Grécia). Platão e Sócrates são os filósofos mais conhecidos deste período.

A dramaturgia grega também pode ser destacada. Quase todas as cidades gregas possuíam anfiteatros, onde os atores apresentavam peças dramáticas ou comédias, usando máscaras. Poesia, a história , artes plásticas e a arquitetura foram muito importantes na cultura grega.

A religião politeísta grega era marcada por uma forte marca humanista. Os deuses possuíam características humanas e de deuses. Os heróis gregos (semi-deuses) eram os filhos de deuses com mortais. Zeus, deus dos deuses, comandava todos os demais do topo do monte Olimpo. Podemos destacar outros deuses gregos : Atena (deusa das artes), Apolo (deus do Sol), Ártemis (deusa da caça e protetora das cidades), Afrodite (deusa do amor, do sexo e da beleza corporal), Démeter (deusa das colheitas), Hermes (mensageiro dos deuses) entre outros. A mitologia grega também era muito importante na vida desta civilização, pois através dos mitos e lendas os gregos transmitiam mensagens e ensinamentos importantes.

Os gregos costumavam também consultar os deuses no oráculo de Delfos. Acreditavam que neste local sagrado, os deuses ficavam orientando sobre questões importantes da vida cotidiana e desvendando os fatos que poderiam acontecer no futuro.

Na arquitetura, os gregos ergueram palácios, templos e acrópoles de mármore no topo de montanhas. As decisões políticas, principalmente em Atenas, cidade onde surgiu a democracia grega, eram tomadas na Ágora (espaço público de debate político).

-Como conhecer o passado dos gregos

A tradicional análise crítica do documento histórico tem como elemento um corpo de procedimentos, critérios e métodos adotados para a construção do conhecimento factível e histórico. Desenvolvida no final do século XIX e início do século XX, concebia os documentos dentro de uma perspectiva positivista, bipolarizada com o dualismo do “verdadeiro” e “falso” (FUNARI, 2003).

Nessa perspectiva, procedimentos análogos aos de um tribunal de justiça eram utilizados para determinar os elementos fictícios ou factíveis de um testemunho histórico. Os textos que se mostrassem “falsos” eram simplesmente descartados, pois eram considerados inúteis para a construção do conhecimento histórico.

No entanto, essa perspectiva tem se transformado desde meados do século XX, principalmente depois do advento das escolas francesas de história e do trabalho de historiadores como Carlo Ginzburg, que ajudaram a ampliar a noção de documento histórico, utilizando-se até mesmo de documentos falsos para a construção do conhecimento histórico.

Ainda assim, diversas tendências oriundas da filosofia da história e da teoria literária, aplicadas à narrativa histórica, tentaram estabelecer um abismo intransponível entre o nosso relato a respeito (‘historia rerum gestarum’) e os eventos que ocorreram (‘res gestae’)” no passado. De acordo com essa intuição, os eventos passados não podem mudar, mas nossa compreensão destes eventos muda, pois além do passado ser inacessível à cognição humana, as representações do passado (“historia rerum gestarum”), que se apresentam de forma narrativa, refletem muito mais a subjetividade da mente do narrador do que o fato passado propriamente dito (“res gestae”) (FUNARI, 2003).

Deve-se ter em mente que tal distinção entre eventos que ocorreram objetivamente e nossas representações subjetivas do passado remonta ao legado dos sofistas da Grécia Antiga, os quais pregavam a completa incapacidade humana não somente de conhecer a realidade, como também de transmitir tal conhecimento, o que trouxe diversas conseqüências sobre as futuras reflexões acerca da epistemologia e da natureza representativa da narrativa histórica.

No entanto, existem vozes espalhadas por todo o mundo que persistem em um grito de protesto contra essa postura, e defendem a possibilidade de não somente se poder conhecer o passado, mas também de reconstruí-lo no presente mediante uma análise apurada e, principalmente, investigativa sobre os elementos que ficaram nas entrelinhas da narrativa.

Uma dessas vozes é o historiador italiano Carlo Ginzburg, que afirma que o discurso do relativismo histórico é em grande parte reducionista e errôneo, pois não apenas se baseia em considerações unidimensionais sobre a leitura de uma narrativa, mas também relega o conhecimento histórico a um grau de relativismo tão intenso que acaba por se contradizer e se caracterizar como um extremo do positivismo.

O presente artigo tem como principal objetivo fazer um paralelo entre a antiga sofística grega e a retórica romana e as abordagens relativistas pós-modernistas. Desse modo, aborda não somente as críticas do relativismo ao conhecimento histórico e as respostas apologéticas oferecidas a essas críticas, mas também, de modo breve, tenta vislumbrar uma forma de fazer história capaz de superar tais objeções e permitir ao historiador ir além da mera leitura simplista da narrativa ao enfatizar a necessidade de se atentar aos diversos aspectos quase imperceptíveis, porém relevantes, presentes em uma narrativa histórica.

Para isso, o presente artigo analisa algumas das opiniões dos mais famosos pensadores pós-modernistas da atualidade, enfatizando a similaridade existente entre o discurso epistemológico destes com a epistemologia apresentada pelos antigos sofistas. O artigo também apresenta duas das principais obras do historiador Carlo Ginzburg, “Relações de Força” e “Mitos, Emblemas e Sinais”, definindo e contrapondo o paradigma indiciário ao discurso pós-moderno e enfatizando a importância desse novo paradigma para a construção do conhecimento histórico e para uma nova epistemologia da história.

-O que a mitologia conta sobre os primeiros gregos?

Zeus o chefe dos deuses aborrecido com a maldade dos homens resolveu inundar a terra com um diluvio.Somente Deucalião e Pirra escaparam da morte numa arca.Durante 9 dias e 9 noites ficaram ali, até chegarem ao monte Parnaso, onde desembarcaram a salvo. Para saber que atitude tomar, o casal resolveu consultar um oraculo, que os aconselhou a atirar para tras os ossos de sua mãe.A mãe era a terra e os ossos eram as pedras.As pedras jogadas por Deucalião transformaram-se em homens e as jogadas por Pirra em mulheres.Eles também tiveram um filho Heleno, que é considera o


-Origens da civilização grega

através do Mediterrâneo. Foi o estudo da Odisséia que forneceu as mais ricas informações para a compreensão da sociedade e da economia da Grécia do período homérico.

A formação da civilização
grega no Período Homérico
O Mundo Grego Antigo, ou Hélade, como era chamado pelos próprios gregos (Grécia é uma nomenclatura romana), ocupava a parte sul da península balcânica, as ilhas do mar Egeu, as costas da Ásia Menor e o sul da Itália. A Grécia setentrional (norte) tinha três importantes regiões: Tessália, Fócida e Etólia (ou Epiro). Na Grécia peninsular, ligada à central pela faixa de terra chamada Corinto, estavam a Lacônia e a Messênia. Na Grécia central, encontravam-se a Beócia e a Atica. Fora do continente, havia a Grécia insular.

Ao final do período Neolítico, a região já era habitada por povos sedentários de língua não grega, chamados pelasgos. A partir de 2000 a.C., aproximadamente, povos de origem indo-européia, chamados helenos, começaram a chegar à região. Os primeiros helenos a alcançar a Grécia foram os aqueus (1950 a.C., originários das estepes russas, que, em busca de melhores pastagens para seus rebanhos, espalharam-se por quase toda a Grécia, parte da Ásia Menor e pelo sul da Itália. O contato dos aqueus com os cretenses deu origem à civilização micênica. A seguir, chegaram os jônios e os eólios (1500 a.C.), que se estabeleceram na Ática e na Ásia Menor. A última leva foi a dos dórios (1200 a.C., que se estabeleceram no Peloponeso, destruindo parte da civilização micênica. A invasão dórica não chegou a atingir a região da Ática.


AS CIVILIZAÇÕES PRÉ-GREGAS:
CRETENSES E MICENICOS

Entre 2500 e 1400 a.C., desenvolveu-se no Mediterrâneo uma cultura bastante importante para a História, cujo principal centro era a ilha de Creta. Essa civilização expandiu-se, chegando à costa da Ásia Menor, às ilhas do mar Egeu e parte da península balcânica (Grécia).
A civilização cretense distinguiu-se por sua intensa produção artesanal, de caráter luxuoso, o que indica que já dominava técnicas de fabricação mais sofisticadas. Essa produção era comercializada através de estradas que ligavam suas cidades-palácios e também era exportada ao Oriente Médio.
Na civilização cretense, as cidades-palácios que mais se destacaram foram Cnossos e Faestos, que eram governadas por reis e funcionavam como se fossem pequenos Estados independentes.
Como vimos anteriormente, foi do contato dos aqueus com os cretenses que surgiu a civilização micênica. Os aqueus estabeleceram-se em pequenos Estados independentes, govemados por príncipes ou chefes militares religiosos. Esses governantes tinham suas "cortes" de nobres guerreiros e eram sustentados pelo trabalho dos camponeses servis.
Construíram castelos fortificados em locais bastante altos, para facilitar a defesa. Eram as acrópoles, isto é, cidades altas". As mais famosas dessas cidades foram Tirinto e Micenas, esta quase inacessível.
Por volta de 1400 a.C., os micênicos invadiram Creta e destruíram Cnossos. Micenas passou a ocupar o lugar de Creta no comércio e na produção artesanal.
A civilização micênica tinha várias características da civilização grega: sua língua era semelhante ao grego, por exemplo. No entanto, a existência de uma forte burocracia e de um poder central que controlava a economia dava à civilização micênica características das civilizações orientais.
A religião micênica era uma fusão de deuses indo-europeus com deuses cretenses. Alguns transformaram-se em deuses gregos. Zeus e Posêidon são dois exemplos.
Mesmo com o desaparecimento da civilização micênica, notamos que os gregos preservaram várias raízes dessa cultura: a língua, os principais deuses e a herança dos feitos históricos da Guerra de Tróia.


O PERÍODO HOMÉRICO

A importância das obras de Homero

A principal fonte histórica para o estudo da Grécia nos períodos anterior e posterior à invasão dórica têm sido os poemas épicos Ilíada e Odisséia, ambos atribuídos a Homero. As duas obras parecem ter sido produzidas em épocas diferentes, pois na Odisséia há muitas menções a armas, ferramentas e instrumentos de ferro, enquanto na filada não se faz referência a esse material. Isso indica que Odisséia é mais recente que Ilíada.
A Ilíada descreve a Guerra de Tróia, cidade que representava parte de uma civilização pré-helênica que entrou em choque com os aqueus (chamados gregos). Já a Odisséia descreve as peripécias de Ulisses. nobre grego, cm suas viagens de volta para Itaca, na Grécia
Com a invasão dos dórios, a ascendente civilização micênica sofreu violento impacto. Seguiu-se um período de acentuado declínio da produção material e intelectual que ficou conhecido como a Idade Média Grega ou Idade das Trevas.

Nesse período, a sociedade retrocedeu para um tipo de organização política e econômica relativamente simples. Formaram-se os clãs ougénos:
grupos de parentes consanguíneos. descendentes de um mesmo antepassado. Formavam uma aristocracia que controlava os meios de produção (as melhores terras, escravos e ferramentas).

Toda a produção era fruto do trabalho dos escravos e dos servidores. No entanto, esses escravos gozavam da proteção de seus senhores e não eram submetidos a maus-tratos. Também os membros do génos trabalhavam junto a seus escravos.
Havia também, nessa sociedade, homens extremamente pobres (thétas), que viviam sob muitos aspectos em piores condições que os escravos, pois não gozavam da proteção de um senhor. Outro elemento do génos era o artesão livre, que fazia armas, instrumentos para a agricultura e objetos em geral: era o demiurgo.
O poder se concentrava nas mãos do patriarca e sua família. Esse poder era de caráter político e religioso e seu detentor (o patriarca) recebia o nome de basileu. Havia ainda uma aristocracia que auxiliava o basileu.
Em determinadas ocasiões, osgénos se uniam, formando uma frâtria e. em face do perigo, as frátrias se uniam formando uma tribo, liderada pelo filo-basi leu (um rei supremo). A escolha desse rei não se baseava na hereditariedade; ele era escolhido pelos aristocratas, entre os mais hábeis e fortes guerreiros.
Essas monarquias primitivas e familiares dos génos sofreram transformações profundas, das quais surgiram as chamadas cidades-Estados gregas.


O PERÍODO ARCAICO

A Grécia antiga não era um "país" centralizado e unificado como o de hoje. Era formada por um grande número de pequenos Estados independentes entre si, que ficaram conhecidos com o nome de cidades-Estados ou, em grego, pólis.

O nascimento da pólis

Depois da invasão dos dórios, a Grécia foi aos poucos se transformando. Surgiram construções no alto dos morros para melhor defesa de possíveis ataques. As casas e templos se aglomeravam e formaram o que ficou conhecido comopóiis, que pode ser grosseiramente traduzida por cidade.
Na parte mais alta, habitava a aristocracia liderada pelo basileu, espécie de rei-sacerdote. Nas partes mais baixas, localizava-se o mercado e nelas moravam os comerciantes, artesãos e trabalhadores em geral.
A acrópole era a parte da pólis onde ficavam as fortificações militares e os templos religiosos. Um exemplo famoso desse tipo de construção é a Acrópole de Atenas.

As transformações da sociedade grega

A consolidação da cidade-Estado iniciou-se no século VIlI. Mas a sociedade grega já apresentava problemas: o aumento da população, a escassez de terras férteis e o monopólio das maiores e melhores terras pela aristocracia, que enriquecia sempre mais.
O pequeno camponês tinha que recorrer ao grande proprietário para obter empréstimos de se-mentes e alimentos que sua propriedade não produzia (por ser pequena); em troca, tinha que dar uma parte do que produzisse ao rico proprietário. Nessa relação, o camponês era conhecido como hectemoro e o grande proprietário era chamado eupátrida. Quando o hectemoro não conseguia pagar suas dívidas ao eupâtrida, tinha suas terras confiscadas por este e, na maioria das vezes, o próprio camponês era vendido como escravo.

Não havia terras para todos e os alimentos eram escassos para uma população crescente. As melhores terras ficavam em mãos de poucos, que também eram os donos do poder político.
Entre os séculos VIII e VII a.C.. os gregos saíram em busca de terras fora da Grécia. Ocuparam várias regiões do Mediterrâneo, como o sul da Itália e a Sicília. A organização dessas colônias era semelhante à das cidades-Estados, com as quais mantinham estreitos vínculos culturais e religiosos.
A colonização ajudou a diminuir um pouco as tensões na Grécia, mas não resolveu as questões principais.

A queda da monarquia e as
transformações econômicas e sociais

As transformações econômicas e sociais da Grécia foram acompanhadas por transformações políticas. A aristocracia passou a ocupar o lugar dos reis. O governo era exercido por um órgão executivo, o arcontado; os arcontes exerciam diversas funções nas áreas judicial. militar e religiosa. Assim, o governo era monopólio exclusivo da nobreza.
Para suprir o problema da falta de alimentos, foram criadas colônias nas regiões férteis do mar Negro, que produziam o trigo. Para pagar a importação, desenvolveu-se na Grécia a cultura da uva e da oliveira para produzir vinho e azeite, que. por sua vez, eram trocados pelo trigo. Para o armazenamento e transporte desses produtos, eram utilizados potes e vasos produzidos por uma dinâmica manufatura de cerâmica.
Surgiu então uma nova camada na sociedade grega: a dos proprietários de terra que produziam e comerciavam o azeite e o vinho. Essa nova camada social, embora rapidamente enriquecida, era impedida de qualquer participação política. A situação dos camponeses pobres continuava a mesma, enquanto a aristocracia mantinha seus privilégios e aumentava suas propriedades, oprimindo os pobres. O descontentamento era geral e crescente.


O PERÍODO CLÁSSICO:
A POLIS DE ATENAS

A região da Ática havia sido pouco atingida pelas invasões dóricas. Isso contribuiu para que as pequenas aldeias que formavam essa região se agrupassem pacificamente sob a hegemonia de uma delas: Atenas. A esse processo de união das aldeias deu-se o nome de sinecismo. E foi desse fenômeno que se formou a cidade-Estado de Atenas.

Evolução política e as reformas de Sólon

As transformações econômicas trouxeram também transformações sociais à Grécia. Atenas tornou- se um dos principais centros exportadores de vinho e azeite e grande produtora de cerâmica. As diferenças entre as classes sociais se acentuavam. Com o surgimento de duas novas classes -a dos novos ricos, proprietários que se beneficiavam da expansão econômica, e a dos escravos, que aumentavam em número -' a situação tornou-se mais e mais tensa. Os eupátridas oprimiam os camponeses pequenos proprietários, enquanto aumentavam sua riqueza e monopolizavam o poder político. Era preciso encontrar uma solução.
A aristocracia propôs, então, uma reforma na sociedade, que foi planejada sucessivamente por dois legisladores: Drácon e Sólon.
Drácon limitou-se a escrever as leis, que até então eram orais, tirando a justiça das mãos dos eupátridas e passando-a para o Estado. Mesmo assim, a situação dos pobres era aflitiva.
Em 594 a.C., Sólon iniciou as seguintes reformas:
· nenhum cidadão grego poderia ser vendido como escravo; assim, os hectemoros que haviam sido vendidos como escravos puderam voltar às suas terras;

· realizou uma reforma social, dividindo a sociedade em quatro classes: as duas primeiras eram as que tinham renda anual entre 300 e 500 medidas de trigo, azeite ou vinho e participavam dos cargos mais importantes do governo; a terceira era a dos guerreiros de infantaria (zeugitas), cuja renda tinha que ser suficiente para a compra de um escudo e uma lança; a quarta classe era a dos thétas, camponeses e artesãos pobres, que somente participavam da assembléia popular;
· criou a eclésia, assembléia popular que opinava sobre os assuntos de interesse geral; estabeleceu o bulé, conselho de 400 membros formado por 100 representantes de cada uma das quatro tribos que existiam na Atica; o poder executivo estava nas mãos do Areópago, que era monopólio das duas camadas mais ricas.
As reformas de Sólon foram importantes porque modificaram a constituição do poder político - o critério era a riqueza, não o nascimento -e porque propiciaram a volta dos camponeses escravizados. As medidas de Sólon também impediram que as propriedades dos eupátridas continuassem a crescer.

As tiranias

As reformas de Sólon não puseram fim às tensões. Em 560 a.C., Pisístrato tomou o poder. dando início às tiranias e centralizando o poder político nas mãos de homens enriquecidos pela expansão econômica.
Pisístrato instituiu o crédito ao pequeno camponês e distribuiu as terras de aristocratas que haviam fugido para o exterior.
Pisístrato morreu em 527 a.C.. sendo substituído por seus filhos Hípias e Hiparco, que continuaram a política do pai. Hiparco foi assassinado em 524 a.C. e Hípias iniciou um período de governo despótico e violento.
Os eupátridas, que se sentiam prejudicados pelo governo de tendência mais popular das tiranias, aliaram-se a Esparta, cidade rival de Atenas, e, em 510 a.C., invadiram a Ática, tomando a cidade de Atenas. Mesmo assim, os eupátridas não mantiveram o poder.


Clístenes, a democracia ateniense e seu significado

O governo da cidade ficou nas mãos da famflia dos Alcmeônidas, liderado por Clístenes. Esse aristocrata organizou um governo baseado na isonomia, ou seja, na igualdade dos cidadãos perante a lei.
Clístenes dividiu a população da Ática para evitar alianças entre famílias eupátridas. Estabeleceu dez tribos, em lugar das quatro anteriores, tomando por base o domicílio de cada cidadão. As tribos eram formadas pelos demos, a menor unidade de divisão criada por Clístenes. O demo era a base do sistema, daí o nome democracia. O poder executivo era exercido pelo bulé (Conselho dos 500), composto por 50 elementos de cada tribo.
Fortaleceu-se a assembléia popular, eclésia, e foi criado o ostracismo, ou seja, a cassação dos direitos do cidadão que conspirasse contra o Estado; essa cassação era votada pela eclésia.
A aristocracia (eupátridas) conservadora não admitia as reformas de Clístenes e aliou-se a Esparta, invadindo Atenas novamente. A população inteira de Atenas pegou em armas e defendeu sua cidade e sua democracia, derrotando espartanos e aristocratas em 508 a.C.
A sociedade ateniense era então composta de três classes: os cidadãos, que gozavam de completa liberdade e participavam das decisões políticas: os metecos, estrangeiros que se dedicavam ao comércio e não gozavam de direitos no sistema democrático grego; e os escravos, comprados ou conquistados nas guerras, que também não tinham direitos. Vale ressaltar que também as mulheres eram excluídas da democracia ateniense.


O PERÍODO CLÁSSICO:
A PÓUS DE ESPARTA

Esparta situava-se ao norte da planície da Lacônia, ao sul do Peloponeso. Originou-se da invasão dos dórios e, a partir daí, começou sua expansão. Sua mais importante conquista foi a da Messênia, a oeste da Lacônia.
Com a conquista da Messênia, o território pertencente a Esparta foi dividido em lotes (kleroi) e distribuído entre guerreiros espartanos. O trabalho nesses lotes era executado pelos hilotas, escravos pertencentes ao Estado espartano e não a um proprietário particular. Parte do campo era ocupada pelos periecos, trabalhadores que não eram escravos mas que também não tinham direitos políticos.
A partir do século VII a.C. a monarquia perdeu seu poder em Esparta, mas não se extinguiu nem foi substituida por outras formas de governo:
era exercida por dois reis, que tinham funções militares e religiosas. As leis eram elaboradas pela gerúsia, um conselho de aristocratas anciãos. A autoridade máxima executiva era exercida pelo eforato, órgão composto por cinco aristocratas (eleitos pela assembléia de todos os cidadãos guerreiros), que concentrava todo o poder de Esparta.
A cidade-Estado de Esparta foi a primeira na história da Grécia a permitir a participação política dos cidadãos por meio de uma assembléia. Havia uma igualdade política, mas era usufruída, única e exclusivamente, por 8 ou 9.000 guerreiros. Esses guerreiros se autodenominavam hómoioi (os iguais).
A sociedade espartana era eminentemente guerreira. Os soldados espartanos ficaram conhecidos por toda a Grécia como os mais disciplinados e melhores guerreiros. A razão desse brilhantismo na guerra devia-se ao fato de poderem tais soldados dedicar-se integralmente ao treinamento esportivo e militar, enquanto uma grande massa de trabalhadores hilotas produzia o necessário para seu sustento.
Os espartanos temiam uma revolta dos hilotas e, por essa razão, mantinham um clima de terror sobre essa classe. Temiam, também, as transformações que ocorriam em outras cidades-Estados, como Atenas, com sua democracia. Dessa forma, Esparta aliou-se a outras cidades-Estados conservadoras, formando a Liga do Peloponeso, que tinha por objetivo lutar contra as cidades que ameaçassem a hegemonia espartana no Peloponeso. Esparta foi a mais importante potência militar da Grécia, posição que manteve até sua decadência, no século IV a.C.
Fonte: História da Civilização Ocidental. Antonio Pedro. Ed. FTD.

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