terça-feira, 27 de abril de 2010


Uma Selva de pedra




Problemas ambientais
Sabe-se atualmente que as cidades - sobretudo grandes áreas urbanas - criam seus próprios microclimas. Isso ocorre por causa da grande extensão da superfície de certos materiais comuns nas cidades, tais como concreto, asfalto e cimento, que originam ilhas de calor. Esses materiais retêm parte significativa da energia solar, fazendo com que o local possua uma temperatura média mais alta do que as áreas rurais que a cercam. As grandes metrópoles chegam a registrar gradientes de temperatura superiores a 10°C entre os bairros de subúrbio e a sua área central.
A maioria das grandes cidades enfrentam um grande problema ambiental: a poluição atmosférica. Algumas cidades geram tanta poluição que o ar acaba por tornar-se saturado de materiais exógenos, criando uma névoa espessa, de cor acinzentada denominada smog.
A poluição atmosférica, gerada pelas indústrias e veículos motorizados, é uma séria ameaça à saúde dos habitantes de um dado lugar, sendo responsável pela deflagração de inúmeros problemas como alergias, doenças respiratórias, cardiopatias, stress, entre outros. Os problemas decorrentes da má qualidade do ar se agravam principalmente durante os meses do inverno, devido a presença de um fenômeno conhecido como inversão térmica, que dificulta a dispersão dos poluentes.
Leis anti-poluição podem regular as emissões de gases poluentes das fábricas e veículos automotores, sendo uma possível solução quanto à esse problema. Um sistema de transporte público urbano desenvolvido também é outra opção, em relação à construção de vias públicas de alta capacidade tais como vias expressas, diminuindo o trânsito de veículos nas vias já existentes.
Esgotos e efluentes industriais continuam a poluir muitos rios, lagos, aquíferos e zona costeiras. Isso pode causar danos à fauna e flora local, tais como mangues e praias. A poluição, além disso, impossibilita, ou torna problemática, a utilização de praias como áreas de recreação, como é o caso de alguns setores da cidade do Rio de Janeiro.
O lixo é outro grande problema. Várias cidades tem dificuldades em livrar-se adequadamente de seu lixo. A quantidade de lixo que vai para os aterros sanitários cresce com o tempo, e acumula-se com rapidez, enquanto que incineradores geram poluição atmosférica. Lugares disponíveis para a disposição do lixo estão cada vez mais difíceis de se encontrar, devido à oposição de moradores próximos e de ambientalistas (princípio NIMBY).

terça-feira, 6 de abril de 2010







Sherlock Holmes






Houve uma época que algum inglês, possivelmente desocupado ou excêntrico, relacionou as três personalidades mais conhecidas do mundo: Papai Noel, Mickey Mouse e Sherlock Holmes. Não me perguntem qual o critério ou a finalidade da escolha, mas o curioso que se trata de duas personalidades ficcionais e uma do imaginário religioso-popular. Mesmo sem acreditar em Papai Noel, fica difícil não acreditar na vitalidade de Sherlock, um dos raros personagens da literatura que virou substantivo em vários idiomas ― como sinônimo de detetive.Ele faz sucesso há pelo menos 120 anos, desde que seu primeiro romance, Um estudo em vermelho, foi publicado em 1887, depois ter seus originais recusados por três editoras, na maior "touca" editorial da História. De lá pra cá, já produziu um rio de dinheiro, em todos os países em que foi publicado. (O tal do inglês desocupado bem que poderia fazer esta conta.)No Brasil também, pelo menos há uns 60 anos. Foram dezenas de editoras, centenas de edições, e cabe aqui destacar a antiga e hoje desativada Melhoramentos que, ainda nos anos 50, não se contentou em publicar só a série de romances e contos de Sherlock Holmes: editou também os romances históricos de Conan Doyle, como A campanha Branca e Sir Nigel, As aventuras... e As façanhas do brigadeiro Gerard (há um conto dele na recente antologia Os melhores contos que a História escreveu, Nova Fronteira), e volumes de contos de boxe, de piratas etc, livros que as editoras atuais esqueceram (outra "touca"?) e que os leitores costumam catar nos sebos. Ao mesmo tempo, era bem verdade que Sherlock Holmes jogava por terra todas as criações do autor que não o tivessem como personagem. Até o dia em que o criador, exausto, resolveu matar a criatura. Conan Doyle justificou-se: "Tive uma tal overdose de Holmes que me sinto em relação a ele como em relação a um pâté de foie gras que certa vez comi demais. Tanto que até hoje sinto náuseas só de ouvir o nome.(...) Censuraram-me muito por ter dado cabo desse cavalheiro, mas sustento que não foi assassinato; foi um justificável suicídio em autodefesa, porque, se eu não o matasse, ele certamente teria me matado." Matar um personagem é direito inalienável de qualquer autor, certo? Certo, mas a decisão do autor desafiaria até mesmo o rigor lógico-dedutivo do famoso detetive de Baker Street. A reação foi enorme e inesperada: milhares de cartas reclamaram e o editor do Strand Magazine (que publicava seus contos) teve de se explicar junto a seus acionistas, pois mais de vinte mil assinantes (quantas tiragens de livros isso não representaria?) cancelaram suas assinaturas em protesto. E Conan Doyle não teve outra saída: ressuscitou Sherlock Holmes. A criatura se impôs definitivamente sobre o criador. Sob aplausos da arquibancada. Portanto, mais do que justificável o fato de que não faltem edições de Sherlock na praça, até hoje, sejam esparsas e incompletas, como em livros de bolso (L&PM), seja, de uns dois anos para cá, dos contos e romances completos de Sherlock Holmes, sempre em dobradinha com o tranqüilo Dr. Watson.É o caso das edições quase ao mesmo tempo da Zahar e da Ediouro. Ambas, na realidade, têm cerca de dois anos: a da Ediouro nada mais é do que a reedição, em um só volume, da edição anterior, em três volumes. Já a Zahar vem publicando o Sherlock completo em seis volumes. O leitor, é claro, poderá optar por uma ou por outra, a seu critério, seja pelo tamanho, pela facilidade de leitura ou por outra razão qualquer. Eu me abstenho de escolha pessoal, mas é inevitável salientar alguns diferenciais objetivos. A edição da Ediouro reaproveita traduções antigas, retocadas ou revisadas, traz o texto em duas colunas (à la Reader's Digest) e vai direto ao assunto, sem sequer uma nota situando autor e obra. Já os livros da Zahar, baseiam-se na edição crítica recente ― e notável ― de Leslie S. Klinger, cheia de ilustrações da época, notas explicativas e com uma introdução, se não definitiva, com certeza riquíssima, assinada pelo próprio Klinger. E novas traduções foram feitas ― a cargo de Maria Luiza X. de A. Borges. Apresenta-se como "edição definitiva". Está bem próximo disso. Depois de um pequeno prefácio e de uma nota de John LeCarré, a introdução da edição da Zahar, "O mundo de Sherlock Holmes" estende-se por cerca de 40 páginas. Começa situando a "Era vitoriana", segue com "A vida registrada de Sherlock Holmes"; depois, "A vida registrada do Dr. Charles H. Watson"; em seguida "A vida pública de Sherlock Holmes e John H. Watson"; registra as "Imitações" e faz "Um estudo do cânone"; finalmente alinha "Os amigos de Sherlock Holmes". Depois é só (só?) ler os quatro romances e as dezenas de contos e retirar sua carteira de sherlockmaníaco e (numa visita ao Museu da Baker Street, em Londres) registrar seu diploma de PhD em Sherlocklogia. A não ser que você não acredite em Papai Noel. Nem em Mickey Mouse. Nem em Sherlock Holmes. Neste caso, elementar, meu caro não-leitor: você não vai mesmo se interessar por este artigo, nem muito menos ter de optar por esta ou aquela edição. Mas reconheça que nosso personagem/personalidade é resistente a tudo e a todos ― inclusive a seu criador. Não tem mistério.





Trabalho dos Arqueologos



Muitas vezes, são estranhos sinais, gravados ou pintados nas pedras, outras vezes, misturados com a terra surgem pedaços de panelas de barro, conchas, ossos de animais ou mesmo, esqueletos humanos. Podem ser ainda, fragmentos de pedra que parecem iguais a todas as outras pedras mas estas, são especiais, foi o homem que em um passado remoto as lascou, realizando um trabalho cujos vestígios poderão ser encontrados um dia a partir de um trabalho minucioso e delicado, realizado pelo arqueólogo, que vai expor, através de escavações arqueológicas, uma parte dos acontecimentos que ocorreram ali, onde aqueles vestígios foram encontrados.

Legenda: Gravações, Pedra do Ingá (PB) / Foto: T. Franco
O arqueólogo vai estudar as pedras (material lítico), os fragmentos de cerâmica, as pinturas e gravações feitas nas paredes das grutas, dos abrigos, das lajes. Aos poucos, eles irão recompondo uma parte de nossa história ainda desconhecida, uma parte de nossa pré-história.

O trabalho de escavação é lento, feito com colheres de pedreiro, pincéis, espátulas, onde tudo é observado, medido, anotado, descrito, desenhado e fotografado. Muitas vezes, juntamente com os objetos e os restos de alimentação, são encontrados ossos humanos muito antigos, testemunho das pessoas que viviam naquele lugar, naquela época remota.


Quem são essas pessoas? Nossos ancestrais, os primeiros brasileiros.
E assim, nosso passado vai sendo recuperado pelos arqueólogos. Estes objetos carregam uma lembrança, que, aos poucos, vai sendo revelada ao pesquisador que tenta compreender, para nos contar a história que não está escrita, a nossa pré-história.
Vamos conversar sobre arqueologia...
Afinal, o que é Arqueologia?
A palavra Arqueologia vem do grego ARCHAÎOS (Antigo) + LOGOS (Conhecimento, estudo), ou seja, o estudo do que é antigo. Com o desenvolvimento das ciências humanas, o conceito atual de arqueologia tornou-se mais amplo, podendo ser entendida como sendo a disciplina que estuda as sociedades atuais ou passadas através da cultura material, ou seja, através dos objetos e vestígios materiais, da sociedade estudada.
A arqueologia tem por objetivo a reconstituição das culturas humanas, a partir de teorias, métodos e técnicas específicas. Assim, é a cultura humana que tentamos reconstituir e interpretar.

Mas, afinal, o que é cultura?
São muitas as definições de cultura mas podemos dizer, que é um sistema de regras sociais que envolve conhecimento, costumes, crenças, artes, leis e quaisquer outras capacidades e hábitos que fazem parte de uma sociedade. Ela é transmitida de uma geração para a outra.
Devemos ter sempre em mente, que não existe apenas uma cultura, mas sim culturas. Cada povo, cada nação tem a sua cultura, que deve ser compreendida e respeitada por cada um de nós.


Agora, vamos pensar na Pré-história. Naquela época, o homem já tinha cultura. Na verdade, é ela quem nos diferencia dos outros animais. Mas, isto é assunto para uma próxima vez.
Que tal fazer uma pesquisa, e procurar outras definições de cultura?
E o que é a Pré-história?
É o período mais antigo da História da humanidade. Este termo foi usado pela primeira vez no século XVIIII para designar a história do desenvolvimento do homem antes do aparecimento da escrita. Ela começa quando surgem os primeiros hominídeos, que seriam os ancestrais do homem moderno.
Não há uma data precisa para este começo, mas pode-se dizer que estaria ao redor de 4.2 milhões de anos, com o registro do mais antigo ancestral do homem, Australopithecus ramidus, descoberto em 1995 pelos pesquisadores Meave Leakey e Alan Walker em escavações na África.
Porém, se pensarmos na capacidade de transformar um objeto, adequando-o as suas necessidades de modo a utilizá-lo como uma ferramenta, então teremos uma datação ao redor de 2.5 milhão de anos, que é quando surgem as primeiras pedras lascadas intencionalmente, ou seja, as primeiras manifestações da cultura material.
Como vimos anteriormente, a arqueologia estuda os objetos e vestígios materiais deixados pelo homem; assim, podemos dizer que a arqueologia pré-histórica se inicia neste momento, com o registro das primeiras ferramentas de pedra descobertas em escavações na Etiópia e no Quênia.
Ao longo desse período, o homem evolui fisicamente e obtém sua maior conquista que é o desenvolvimento da cultura. Ele se espalha pelos diferentes continentes e se adapta aos mais diversos ambientes, desenvolve um sistema de crenças e regras sociais. Uma série de transformações vão ocorrendo ao longo desses 4 milhões de anos. Nos últimos 10 mil anos o homem vai aprendendo transformar a natureza, começa a plantar e a criar animais, deixa de ser nômade, isto é, de se deslocar em busca de alimentos, se estabiliza.
A cerca de 3.000 anos no Oriente Próximo, os Sumérios desenvolvem a escrita cuneiforme, dando início ao que se convencionou chamar de período histórico.
Mas, deixemos esta história para uma próxima vez.
Quem sabe dizer qual é o esqueleto de Australopithecus mais completo encontrado até agora?

American Museum of Natural History
Acertou quem respondeu....... Lucy, que tem cerca de 3.2 milhões de anos e foi descoberto em Hadar na Etiópia em 1974. Este esqueleto é atribuído a um indivíduo adulto, fêmea, da espécie Australopithecus afarensis e que já caminhava sobre as duas pernas, ou seja, já era bípede.